terça-feira, julho 22, 2003

Cuidado com as máfias!

No passado fim de semana ocorreu-me uma situação que apenas demonstra ao ponto a que chegou este país que se diz de brandos costumes, mas onde na verdade impera a mentira, a ganância e o vale-tudo!
Em Caminha, no Minho, apareceu-me um sujeito que disse querer-me vender uma câmara de vídeo digital da marca Sony, que em qualquer loja da especialidade custaria à volta de 1000 euros. O sujeito propos-me vender a máquina de filmar por apenas 600 euros. Justificou a pressa de vender aquela e outras máquinas que tinha consigo devido ao facto das mesmas terem sobrado de um negócio que havia feito com um gerente bancário. Apenas exigia dinheiro fresco.
Mostrou-me o produto, embalado numa caixa da Sony, com o devido número de série e código de barras, deixou-me experimentar a máquina (posso assegurar que funcionava) e disse-me para analisar a máquina à vontade, assegurando-me que a mesma era completamente nova.
Tentei, por curiosidade, saber até que preço o sujeito estaria disponível para me vender a máquina. Não baixou dos 400 euros. Resolvi não comprar o produto, mas vim mais tarde a saber que a jogada do mafioso é muito simples: adquire máquinas digitais de filmar da marca Mustek (uma marca praticamente desconhecida) que estão à venda no mercado por cerca de 200 euros e depois coloca diversos rótulos autocolantes Sony por cima dos locais onde diz Mustek, dando a entender que está a vender um produto da marca Sony. Até o livro de instruções tem a capa alterada de Mustek para Sony. Quem adquire a máquina não sabe que o mesmo é da marca Mustek, nem tão-pouco sonha que a máquina vem com uma disquete de filmagem com capacidade para apenas 2 minutos. Se quiser uma disquete de máxima capacidade de filmagem (que nas máquinas de marca Mustek é de apenas 20 minutos) terá de desembolsar cerca de 100 euros.
Conclusão: andam por aí verdadeiras redes organizadas que se dedicam à venda de produtos de contrafacção, com milhares de euros de lucro e que são difíceis de apanhar pelas autoridades competentes. Nem os marroquinos fariam melhor!

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