sexta-feira, julho 25, 2003

Uma aventura na selva...

Ontem fui por volta da meia-noite, com a minha namorada e um amigo, até a um bar situado na zona do Saldanha, em Lisboa. Ao entrarmos, deparámo-nos com um verdadeiro panorama contraditório, para o melhor e para o pior! No bar encontravam-se dezenas de pessoas, que depois de uma breve análise sociológica se poderiam agrupar em três grandes grupos: um primeiro agrupando pessoas normais que apenas tinham a intenção de tomar uns copos e trocar dois dedos de conversa (nós, claro, estávamos aí incluí­dos); um outro conjunto de pessoas nas quais se destacavam umas raparigas todas jeitosas e devidamente aprumadas à caça de machos, e, finalmente, um grupo de "homens" de características algo suspeitas, dado os seus "tiques" demasiado enfemininados.
Este último grupo de pessoas, que davam, quanto a mim um toque algo "arrepiante" ao bar, e a que alguns denominam de "rabetas" ou "paneleiros" parece estar a aumentar cada vez mais aqui para os lados da capital! Ainda me lembro que, há uns dez anos atrás, quando vim estudar para Lisboa, qualquer pessoa minimamente informada sabia que esse género de pessoas, que não conseguem passar despercebidas, se juntavam em locais que lhes pareciam prédestinados. Destacavam-se nesse tempo o Frágil e mais alguns bares do Bairro Alto e da 24 de Julho. Agora, qualquer pessoa arrisca-se a ir tomar um copo com a namorada ou uns amigos a um qualquer bar de Lisboa e a ter de levar com os comportamentos algo desviantes desses seres humanos cada vez menos raros...
Claro que uma árvore não faz a floresta, mas neste caso particular, a maioria dos gays portugueses parece estar nesta altura a atravessar uma fase de quererem assumir aquilo que são, sem terem a preocupação de, pelo menos, tentarem passar um pouco mais despercebidos aos transeuntes. Como é que essa gente se quer inserir normalmente na sociedade em que vivemos, quando são eles próprios a demonstrarem descaradamente aquilo que são? Já parecem aquelas pessoas que se julgam pertencer ao jet-set e fazem tudo por aparecer nas revistas cor-de-rosa. A alguns deles, só lhes falta andar com um rótulo na testa a dizer "Eu tenho orgulho em ser gay"!
Sinceramente, para se inserir numa sociedade livre e aberta, penso que jamais se pode ir contra a liberdade dos outros. Ora, o que muitos gays fazem, sobretudo quando se encontram em grupo, é assumirem uma postura que é tudo menos discreta, chegando ao ponto de falarem num tom de voz mais elevado, mas também mais melodioso, para se fazerem ouvir, assemelhando-se mais a umas mulheres esganiçadas do que a verdadeiros homens.
Por vezes, ir a um bar já equivale quase como que ir a uma selva, onde os bichos raros já somos nós! Só espero que esta fase por que parecem atravessar os gays passe depressa, para podermos voltar aos velhos tempos em que se podia ir para um qualquer bar, café ou discoteca sem ter de aturar as manias desses tipos tão "lélés"!

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