domingo, agosto 10, 2003

Futebol de quê?

Gilberto Madaíl, Valentim Loureiro e outros senhores da bola têm afirmado nos últimos tempos que o futebol que temos em Portugal é um dos sectores que mais contribui para a nossa economia. Redonda mentira!
Efectivamente, segundo um estudo publicado ontem no Diário de Notícias, o futebol português representa apenas 0,4% do nosso PIB (Produto Interno Bruto),ou seja, da riqueza gerada durante um ano, empregando apenas 11 000 trabalhadores. Por outro lado, este sector, em termos globais, gera mais prejuízo do que lucro, contribuíndo inclusivamente para o déficit da nossa balança comercial.
Fica, deste modo, desmistificada a ideia de que o futebol é uma actividade de crucial importância para a economia portuguesa. Com certeza que o será para os bolsos daqueles que vivem do futebol e das transferências de jogadores, que vêem aumentar as suas contas bancárias de dinheiro que ganham à custa da venda de jogadores. Estou-me a referir a muitos Presidentes de clubes e aos chamados empresários de jogadores.
Claro que, no próximo Verão, por via do Euro 2004, o futebol irá contribuir para um aumento das receitas ao nível do turismo. Mas, com os milhões de euros que se gastaram na construção e remodelação dos 10 estádios, não sei se no final, os lucros serão substânciais. Um campeonato europeu de futebol é muito diferente de uma Expo 98. Com esta, as infraestruturas deram origem a um local de lazer, onde todos os dias circulam e gastam dinheiro milhares de pessoas. Já os estádios, depois do Europeu, apenas irão servir os clubes de futebol, e o mais certo é que muitos ficarão quase sempre às "moscas"!
Cda vez mais me convenço que o futebol que temos em Portugal é, tanto no campo, como na economia, de terceira qualidade!

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