terça-feira, novembro 18, 2003

Greve à vista...

Os Sindicatos da Função Pública convocaram uma greve para a próxima sexta-feira, para a qual prevêem uma forte adesão por parte dos trabalhadores. Segundo eles, esta é uma greve de contestação à política do Governo, que afirmam ser de completa desvalorização dos serviços públicos.
Apesar de ser professor não vou fazer greve, pois penso que não é com greves que se resolvem problemas. E, neste caso em particular, até penso que os funcionários públicos são dos poucos profissionais que se podem queixar, tendo em conta o rol de regalias de que usufruem, em comparação com os demais trabalhadores da esfera privada. Basta lembrarmo-nos daqueles trabalhadores da industria têxtil ou vidreira, que passam dez horas por dia a trabalhar em frente a uma máquina para receberem uns míseros 400 euros por mês. Aí­ sim, os sindicatos deveriam mexer-se mais...
Deixo aqui apenas alguns exemplos das regalias dos funcionários públicos, como aqueles que trabalham nas Câmaras Municipais, nas Finanças, nos hospitais ou nas escolas: horários reduzidos em relação à média das demais classes profissionais, possibilidade de faltarem cerca de dez dias por ano, sem desconto no vencimento, assistência médica, através da ADSE, e muitas outras regalias...
Não serão estas regalias a mais em relação ao chamado "proletariado", que os sindicatos tanto afirmam defender? E, já agora, outra pergunta: porque é que as greves são sempre marcadas para a sexta-feira?

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