terça-feira, janeiro 06, 2004

Sindicatos da treta...

Jorge Sampaio promulgou o diploma do novo estatuto de aposentação da carreira docente, que impõe que os funcionários públicos só se possam aposentar com a reforma máxima, desde que o façam aos 60 anos de idade e, com pelo menos, 36 anos de serviço.
Os sindicatos, nomeadamente a CGTP (afecta ao PCP), ainda tinham esperanças que Sampaio não promulgasse o novo diploma, devolvendo-o à Assembleia da República. Queriam os sindicatos que não se tocasse nos chamados "direitos adquiridos" dos funcionários públicos... E, assim, já vieram com a treta das greves!
Apesar de ser trabalhador do Estado, não compreendo esta atitude dos sindicatos, que parecem ignorar duas coisas: por um lado, que os funcionários públicos são dos trabalhadores que mais privilégios usufruem neste país e, por outro, que, nas últimas décadas, a realidade sócio-demográfica portuguesa se alterou, com as pessoas a iniciarem a sua vida profissional mais tarde e, felizmente, a terem uma esperança média de vida mais prolongada. Os "Carvalhos da Silva" deste país dão a entender que não evoluíram no tempo, argumentando da mesma forma como o faziam há trinta anos atrás. O mundo mudou, mas os sindicatos não...
Não vejo qual é a injustiça de colocar a idade da reforma na função pública aos 60 anos, quando no sector privado, os trabalhadores se reformam mais tarde. Por outro lado, sabendo que, neste momento, a esperança média de vida dos portugueses se aproxima dos 80 anos, é perfeitamente natural que a idade da aposentação tenha de ser alargada. Mas, os sindicatos portugueses só olham às benesses. Até aposto que, se um qualquer Governo (talvez comunista), determinasse a quarta-feira como dia de descanso semanal, assim, já os sindicatos viriam bater as palmas... Tristeza!

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