quarta-feira, fevereiro 25, 2004

O que fazer com os ditos "arrumadores de carros"?

Todos sabemos que, quando queremos estacionar o nosso automóvel em zonas de elevado tráfego citadino, a existência de um "arrumador de automóveis" por perto pouco nos ajuda, pois, geralmente, os mesmos resumem a sua acção ao esticar de um braço para um lugar livre que, muitas vezes, já tinho sido vislumbrado por nós... Na prática, estes indivíduos que são conhecidos por "arrumadores de carros" pouco auxiliam os condutores no acto de estacionar, imputando-se a si mesmos a quase obrigação de receberem, pela sua pseudo-ajuda, uma moeda não inferior a 50 cêntimos.
A conhecida "praga" dos "arrumadores", que há uns anos atrás era apenas visível nas grandes cidades de Lisboa e do Porto, tem-se alastrado um pouco por todo o país, de norte a sul, do continente às ilhas... Tem-se a ideia que muitos destes "arrumadores" vivem para a droga, mas, a verdade é que cada vez aparecem mais indivíduos sem problemas de alcoolismo ou droga e que se aproveitanm desta actividade para angariar algumas dezenas de euros por dia.
A Câmara de Lisboa, à semelhança do que aconteceu no Porto, pretende licenciar esta actividade, através da concessão de um cartão de identificação válido por um ano indicador da zona de actuação dos ditos "arrumadores". Entretanto, os automobilistas continuarão a ser forçados a entregar uma moeda ao arrumador, se não quiserem ver o seu automóvel riscado. Parece-me que esta é uma proposta cheia de boas intenções, mas que, infelizmente, não irá resolver os problemas inerentes a esta actividade: por um lado, os "arrumadores" continuarão a aproveitar-se da chantagem psicológica para receberem dinheiro de forma coerciva e ilícita; por outro lado, não se vai ao fundo do problema, que seria tornar esta actividade efectivamente ilícita, por forma a que os agentes de segurança pudessem levar à Justiça aqueles que se fazem passar por mendigos, para encherem de moedas os seus bolsos.
Penso que o mais correcto a fazer relativamente a esta questão seria o de identificar todos os sujeitos que fossem encontrados a exercer esta actividade, discernindo aqueles que estão nesta vida por problemas relacionados com a droga ou o alcoolismo, a fim de os tratar, daqueles que se fazem passar por necessitados, mas que em vez de trabalharem condignamente, optam por uma actividade onde o cansaço é pouco e os lucros são elevados. Para estes, o destino seria a Justiça se voltassem a incorrer no referido acto ilícito. Caso contrário, lá teremos que continuar a gastar moedas nos parcómetros e nos ditos "arrumadores"...

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