sábado, outubro 09, 2004

O exemplo da democracia australiana...

Realizaram-se hoje na Austrália as eleições legislativas que conferiram ao actual Primeiro-Ministro, John Howard, a obtenção da sua quarta vitória consecutiva. Pouco se tem falado na blogosfera portuguesa destas eleições. Contudo, penso ser importante destacar duas lições a retirar do referido acto eleitoral.
Por um lado, e ao contrário do que profetizaram muitos contestatários de Bush e seus aliados, o actual Primeiro-Ministro australiano que apoiou a intervenção militar no Iraque e o combate ao terrorismo desencadeado pelos EUA, saiu vitorioso das eleições, pelo que cai por terra a teoria defendida por muitos de que os apoiantes de Bush iriam seguir o caminho de Aznar...
Por outro lado, a lei eleitoral da Austrália merece-me um comentário. Num tempo em que as taxas de abstenção na grande maioria dos países da Europa Ocidental, Portugal incluído, têm vindo a aumentar e que a crescente liberdade de expressão tem contribuído para que a contestação às políticas governamentais seja o prato forte do dia-a-dia, contestação essa vinda, muitas vezes, de pessoas que nem sequer costumam votar, penso que não seria de rejeitar a ideia de "importar" para Portugal o exemplo australiano em que votar é tido como mais que um simples direito cívico: é uma obrigação à qual só se podem negar aqueles que apresentem uma justificação séria e de força maior. Caso contrário sujeitam-se ao pagamento de uma multa ou até a uma "visita" à prisão. Por isso, a Austrália pode-se orgulhar de apresentar uma taxa de partipação eleitoral de 95%...
É que, sejamos claros, muitos daqueles que nos cafés, empregos e ruas se lamentam dos nossos políticos e governantes fazem parte, precisamente, daquela parte da população que é muito pouco cívica e que em dia de eleições prefere ficar em casa ou ir passear em vez de ir votar. E, a verdade é que é com este tipo de gente irresponsável que a nossa democracia fica a perder...

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