quinta-feira, dezembro 23, 2004

O Natal, os laicos e os ateus...

Nesta altura do ano, faz-me alguma confusão que, aqueles que se dizem não religiosos ou descrentes da existência de um qualquer Deus, comemorem o 25 de Dezembro como se assistisse à "apropriação" de uma tradição que, na verdade, não lhes diz muito... É o mesmo que vermos um monárquico comemorar a Implantação da República ou assistirmos à comemoração pelos espanhóis do 1º de Dezembro. Enfim, uma série de contradições!
Muitos daqueles que se orgulham de não acreditarem num qualquer ser superior ao Homem, criticando a opção dos católicos, chegam a esta época do ano com o habitual discurso de que o Natal é uma festa com tradições pagãs, esquecendo-se que, na realidade, o Natal surge no tempo do Papa Júlio I (séc. IV) como uma oportunidade para cristianizar uma festa que, de facto, era pagã e que, assim, o deixou de ser. Por outro lado, é costume ouvirmos os ateus criticarem as tradições ditas materialistas do Natal, como o presépio, a árvore ou as trocas de prendas. Esquecem-se que na maioria das famílias católicas, estes costumes têm como objectivo unir as famílias e alegrar os mais novos.
Contradição é, sim, vermos ateus, laicos e agnósticos aproveitarem-se do Natal para cumprirem esta tradição católica e depois virem criticar os católicos. O mesmo se poderia dizer quando aqueles que são ateus aproveitam os feriados religiosos para não trabalharem. Isso sim é contraditório...
Mas, enfim, há que compreender o comportamento daqueles que criticam o Natal e o, sem se darem conta, o festejam. Ao menos que durante um dia ao longo do ano, a Luz entre na consciência daqueles que vivem com um deus que é só deles...
Para todos os leitores deste blogue, sobretudo para aqueles que são mais descrentes, um Feliz Natal.

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