quinta-feira, fevereiro 10, 2005

Surpresas da campanha...

Como a vida de professor tem as suas vantagens, eu e a minha esposa aproveitámos estas mini-férias de Carnaval, de quase uma semana, para, durante uns dias, dar uma escapadela e passear um pouco por algumas regiões da nossa preferência.
O fim-de-semana foi passado em Lisboa, onde, como habitualmente, visitámos a zona de Belém e os bairros históricos, com destaque para os alfarrabistas do Bairro Alto. Fomos também assistir à vitória do Glorioso no Estádio da Luz frente à Académica e confraternizámos com os nossos amigos de Penha de França, onde o meu pai tem um estabelecimento comercial e costumamos passar uns bons tempos cada vez que aí vamos.
Na segunda-feira fomos para a Covilhã, local de residência da parte materna da minha família. No caminho resolvemos fazer uma visita à capital do Gótico, a bonita cidade de Santarém. Qual não foi o nosso espanto quando, ao lancharmos numa das pastelarias da zona histórica da cidade, fomos surpreendidos pelo candidato a Primeiro-Ministro José Sócrates que estava a oferecer rosas às senhoras que encontrava. Tanto eu como a Salete ficámos com a ideia de ver um homem pouco afável e nada espontâneo nos seus gestos. Aliás, o que valeu a Sócrates é que estava acompanhado por uma banda musical que ia animando as hostes socialistas. Recordei-me, então, do que o meu pai me havia dito no dia anterior: no Liceu da Covilhã, onde o meu pai e Sócrates foram colegas de escola, este tinha a fama (e proveito) de ser aluno-cábula e adorava colar cartazes do PSD. Sócrates era, nessa altura, um ferrenho JSD que viria, mais tarde, a mudar-se para o PS por zangas internas na JSD-Covilhã. Ou seja, a força da conveniência foi maior que o rigor da convicção...
Depois de termos passado uma alegre noite na minha cidade-natal, a Covilhã, partimos então para Espanha, rumo a Salamanca a fim de aproveitar a terça-feira de Carnaval. Mais uma vez, visitámos os monumentos desta bela cidade espanhola e divertimo-nos com a animada noite de "nuestros hermanos". Continuo a não gostar da gastronomia espanhola, nem da mania da "siesta" dos nossos vizinhos, mas não me restam dúvidas que, em termos de alegria, os espanhóis superam-nos. Por mera curiosidade, resolvi meter conversa com alguns espanhóis sobre as eleições de Portugal e, curiosamente, ouvi boas impressões em relação a Santana Lopes e alguma indiferença a propósito de Sócrates.
De regresso a Portugal, soube da não-notícia sobre Cavaco Silva e da forma, cada vez mais arrogante, como Sócrates tem vindo a pautar a sua campanha eleitoral. Ou seja, nada de novo...

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