quinta-feira, fevereiro 03, 2005

Um debate que soube a pouco...

No final do primeiro e único debate entre Santana Lopes e José Sócrates fiquei com a clara ideia da razão pela qual Sócrates, desde o início desta campanha, evitou confrontar-se com Santana Lopes num frente-a-frente que pudesse de uma vez por todas esclarecer os mais indecisos. Digo isto porque Sócrates se apresentou como o aluno-cábulo, que decora tudo no dia anterior ao teste, para depois se esquecer do que disse. De facto, vimos um líder do PS quase "robotizado", sem espontaneidade, nem sentido de improvisação e, imagine-se, vestindo a pele de vítima e de coitadinho, à qual só faltou um choradinho à moda de Sampaio para cativar uns quantos votos. Nem o melhor actor de cinema faria melhor...
Ao invés, e ao contrário do que seria de supor, vimos um Santana Lopes com sentido de Estado, demonstrando a obra feita e explicando aos portugueses a forma coerente e rigorosa como em quatro meses se tomaram tantas medidas polémicas e difíceis, mas necessárias a Portugal.
Pena é que nem todas as questões pudessem ter sido abordadas e que o formato do debate fosse prejudicial ao verdadeiro confronto de argumentos entre os dois candidatos a Primeiro-Ministro, para já não falar dos próprios jornalistas que me pareceram ter confundido e atrapalhado ainda mais o debate que se queria mais vivo e aberto...
Enfim, esperemos que nas duas semanas de campanha que faltam aqueles que continuam indecisos percebam o que está em causa. Como afirmava Santana: ou se continua com a política reformadora do Governo liderado pelo PSD ou teremos que voltar à velha "trupe" socialista que muito dialoga, mas pouco faz...