Estamos agora numa das épocas do ano que mais me passa ao lado. É verdade, correndo o risco de que me apelidem de casmurro, velhaco ou até indivíduo desprovido de qualquer sentido de humor, tenho que reconsiderar que não gosto do Carnaval e não acho piada nenhuma à tradição que alguns têm de se mascararem de uma qualquer figura dita "engraçada", já para não falar do ridículo que é, em tempo de pleno Inverno (este ano com muito frio e até neve) se vir para a rua em corsos, onde meninas portuguesas tentam imitar as suas congéneres brasileiras vestindo o menos possível e mexendo-se o mais que se podem...
Não sei se a culpa será minha ou dos meus pais, que, felizmente, nunca me mascararam de qualquer figura durante a minha infância, mas quando chega esta altura do ano e vejo adultos na pele de crianças "travestidos" na figura, porventura, dos seus ídolos de infância, penso se tal atitude não estará relacionada com algum tipo de falta de carinho ou afecto que tiveram algures na sua vida. É que, se ainda consigo perceber que as crianças tenham a tentação e até o gosto de se vestirem de Super-Homem ou de Princesa das Arábias, já ver adultos mascarados pela rua de uma qualquer personagem do imaginário ou assistir à triste figura de umas quantas jovens portuguesas andarem meio-despidas e cheias de frio a tentarem dançar o samba, deixa-me no mundo do surreal...
Por isso, tudo o que diga respeito a Carnavais da Mealhada, Torres Vedras, Ovar, Loulé e outros que tais passa-me completamente ao lado. Aliás, por esta altura do ano prefiro apreciar o tempo frio que se faz sentir a aproveitar para visitar a sempre bonita Serra da Estrela, local de muitas aventuras de neve da minha infância e juventude.