sábado, dezembro 18, 2010

Natal 2010

Este é, porventura, o Natal mais triste desde há muitos anos para muitas milhares de famílias portuguesas. O desemprego, as dívidas acumuladas e a perspectiva de tempos (ainda) mais difíceis fazem deste Natal uma época sombria para uma parte significativa da população portuguesa.
Cá por casa reina a alegria, muito por culpa das crianças. Afinal de contas o Natal é das e para as crianças e, apesar da minha filha mais velha (com apenas 4 anos) já reconhecer o rosto daquele que é culpado pelos tempos difíceis que vivemos, a prioridade é aproveitar ao máximos estes dias especiais e viver o espírito natalício no seu esplendor.
O dia 24 aproxima-se e as crianças têm animado a casa. Aproxima-se o dia da vinda dos avós cá a casa e os mais novos não se cansam de cantar músicas de Natal e de inventar histórias próprias desta época. A festa de Natal no infantário decorreu da melhor forma e as visitas diárias ao Pai Natal cá da terra fazem com que a alegria das crianças contagie todos aqueles que as rodeiam. Este ano, os passeios pelo Rossio têm sido em menor número (o frio a isso obriga!), mas quando os fazemos as crianças gostam de visitar o presépio do centro histórico.Que este Natal seja vivido da melhor maneira possível e que o sorriso das crianças contagie todos e se sobreponha às angústias de cada um, pelo menos nesta época tão especial... Um feliz Natal para todos!!!

terça-feira, novembro 09, 2010

Quinze anos de socialistas no poder dá no que dá...

Nos últimos 15 anos, os socialistas estiveram 13 anos no poder e conseguiram arruinar Portugal. O que temos agora?
Um Portugal empobrecido, refém de una quantos grupos económicos ligados ao poder estatal e que comandam a seu belo prazer os destinos de Portugal. Estes grupos económicos fizeram do PS uma autêntica marioneta, com Sócrates à cabeça deste polvo que inventa SCUT`s e outras parceirias público-privadas apenas para dar a ganhar milhões aos amigos socialistas.
A Educação, a Saúde e a Justiça não obtiveram melhorias. O facilitismo tomou conta da Educação, com as versões Novas Oportunidades, CEF`s e Profissionais a multiplicarem-se e a produzirem jovens iletrados. Na Saúde continuamos a ter listas de espera vergonhosas no sistema público, com o sector privado a "rir-se" da falta de produtividade do SNS. A Justiça mais parece um caracol a andar para trás.
Sócrates conseguiu afundar o país e agora aguardamos pela entrada do FMI para resolver o desastre...

domingo, outubro 17, 2010

Vale a pena ler este artigo...

A propósito do vídeo da Ministra da Educação com a mensagem relativa ao início do ano lectivo muito se disse e escreveu. Não vou aqui "bater na ceguinha", dado que a triste figura que a Ministra dá de si com aqueles cinco minutos é mais que evidente...
Deixo apenas aqui o excelente artigo que a jornalista São José Almeida escreveu no Público sobre o assunto. Estamos, de facto, perante um caso de autoritarismo e de completa falta de respeito por professores, pais e alunos!!!


terça-feira, agosto 31, 2010

Mais umas férias fantásticas!!!

Mais umas férias de Verão que chegam ao fim. Tal como nos quatro anos anteriores o nosso destino de eleição foi o Gerês. Felizmente que fomos em Julho, antes de terem deflagrado dezenas de incêndios nesta bonita região do país. Assim, tivemos a sorte de poder desfrutar da beleza do Parque Nacional da Peneda-Gerês.
Mas, para além do Gerês, este Verão resolvemos fazer aquilo a que se poderá chamar um conjunto de escapadinhas: por várias vezes saímos de Viseu por três ou quatro dias e fomos para outra região do país fugir à rotina do dia-a-dia. Assim, fizemos escapadinhas por Trás-os-Montes, pela Serra da Estrela, pelas aldeias históricas da Beira Interior e pela Estremadura. Visitámos locais tão diferentes como Chaves, Sortelha, Penha Garcia, Monsanto, Nazaré, Sintra ou Lisboa. Fomos a várias feiras medievais, visitámos museus, aventurámo-nos por serras, descobrimos castelos... Os miúdos adoraram andar de cavalo, revisitar o Jardim Zoológico, brincar com os leões marinhos e saborear os pastéis de Belém. Foi um mês de muita alegria e aventura.
Durante este espaço de tempo foi-nos possível recuperar o tempo que não passámos com os nossos filhos nos onze meses anteriores por causa do trabalho.
Amanhã começa o trabalho e já não poderemos estar com os miúdos de manhã, à tarde e à noite como o fizemos durante este mês. O trabalho a isso nos obriga. Lá irão ter que passar mais tempo com as educadoras do que connosco. Resta-nos "vingar" desta situação durante os fins-de-semana...
Agora há que começar uma nova temporada de trabalho e podermos recordar estas férias fantásticas, revendo as fotografias e os vídeos.
Um bom regresso ao trabalho para todos...

sexta-feira, julho 23, 2010

Será que podem elaborar uns exames mais exigentes, por favor?

Este ano fui corrector de exames nacionais de Geografia A. São exames realizados por alunos do 11º ano de escolaridade e que podem servir como prova específica para a entrada no ensino superior, para além de contarem (apenas) 30% da nota final da disciplina. Estes são alunos que já tiveram Geografia durante 5 anos, desde o 7º ano, e que, portanto têm a obrigação de estar preparados para a realização de exames deste género.
Pois bem, de ano para ano, o Ministério da Educação parece instruir o GAVE (organismo que elabora os exames) para que estes exames sejam cada vez mais fáceis de realizar pelos alunos. As perguntas de escolha múltipla abundam, assim como as de resposta curta e simples, ao passo que as questões de desenvolvimento escasseiam e são de exigência duvidosa.
Dou apenas um exemplo. Veja-se ao lado o tipo de questões que surgem no exame deste ano da 2ª fase. Três perguntas de resposta curta e de mínima exigência que qualquer aluno do 9º ano tem a obrigação de saber responder. Ora, estamos a falar de um exame que é para ser feito por alunos que finalizaram o 11º ano que estão quase a candidatar-se ao ensino superior. Não mereceriam perguntas mais exigentes e que servissem como verdadeira forma de distinguir os alunos que estudam daqueles que não estudam. Com perguntas tão fáceis de responder, ao nível do ensino básico, o Ministério da Educação consegue fazer passar a ideia aos alunos que não vale a pena estudar, pois qualquer um com o mínimo de esforço consegue tirar positiva no exame nacional de Geografia A.
E depois ainda vem essa organização obscura que diz representar os pais dos alunos portugueses, a CONFAP, (quantos pais representará de facto?) defender a abolição dos exames nacionais. A lógica do Ministério da Educação e da CONFAP, com ou sem exames, parece ser clara: passem-se os alunos até terminarem o 12º ano...

segunda-feira, julho 05, 2010

A propósito da futura extinta SCUT da A25

Resido em Viseu, cidade que se localiza entre Aveiro e Vilar Formoso, o principal eixo rodoviário de ligação de Portugal a Espanha. Nos anos 80, com dinheiros vindos de Bruxelas, o Governo de Cavaco Silva mandou construir a IP5. Esta rodovia com perfil de auto-estrada em alguns troços dos mais de de 200 Kms que ligavam o litoral a Espanha foi de extrema importância para o aumento das exportações portuguesas para o centro da Europa. Foi também apelida de estrada da morte, pelo facto de não haver uma semana sem acidentes trágicos.
Passados mais de 20 anos, o Governo PS lembrou-se de inventar as parcerias público-privadas na construção e manutenção de estradas. Então fez uma concessão a um grupo privado para a construção da A25 em cima do IP5, com a condição de não haver portagens para os utilizadores. Feitos troca-tintas, há agora (ou daqui a uns tempos) a hipótese de colocar portagens na A25.
Ou seja, se antes tinhamos o IP5 onde, sendo ou não perigosa em função da condução de cada um, não se pagava, agora já não temos o IP5 e somos obrigados a recorrer à A25 onde futuramente se irá pagar.
Conclusão: mas valia continuarmos a ter o IP5. Podíamos demorar mais tempo nas viagens, mas também não eramos obrigados a pagar portagens. Com este Gverno PS, futuramenta teremos duas opções: ou pagamos se quisermos circular na A25 ou teremos que recorrer à EN16, uma estrada às curvas sem as mínimas condições de circulação.
Só espero que não façam o mesmo com o IP3. Se é para construírem a nova auto-estrada Viseu-Coimbra por cima do IP3 e obrigarem-nos a pagar portagens, não gastem mais dinheiro em auto-estradas e deixem-nos ficar com o IP3...

terça-feira, junho 01, 2010

O melhor do mundo...

Dia 1 de Junho. Dia das crianças!!!
Hoje estive com as minhas crianças pouco mais de 5 horas: entre as 7 e as 8 horas da manhã e entre as 18 horas e as 22 horas. Durante a semana, passam mais tempo com as educadoras do que com os pais. Chega a haver dias em que a saída de casa é antes das 8 horas e a chegada é feita depois das 20 horas. Ou seja, quando há reuniões e conselhos de turmas são menos de três horas diárias aquelas que estou com os meus filhotes...
O trabalho e o ritmo de vida urbano a isso obrigam. Bem sabemos que em Portugal não existem preocupações sociais por parte do Governo no que toca à concliliação entre a actividade laboral e a vida familiar.
Nos países nórdicos a realidade é outra. Quem tem filhos pode ter um horário de trabalho mais flexível e as mães ou pais que queiram passar mais tempo com os filhos não são muito penalizados. Por isso é que, por exemplo, na Finlândia pais e filhos estão juntos em casa a partir das 16 horas...
Enfim, resta-me compensar as minhas crianças praticando o ideal de que o dia delas é comemorado ao longo de todo o ano. A companhia dos pais é a melhor prenda que elas podem ter...

quinta-feira, abril 29, 2010

A escola pública do século XXI em Portugal

A falta de tempo para vir aqui escrever tem sido mais que muita. Por isso, e para aqueles que continuam a não saber o que é, nos dias de hoje, uma escola, deixo aqui um vídeo do excelente programa de Mário Crespo "Plano Inclinado" cujo convidado foi Paulo Guinote e que dá a conhecer alguns pormenores escondidos da vida normal da escola pública portuguesa do século XXI.
Aproveitem...

sábado, março 27, 2010

Um PSD rejuvenescido... A bem de Portugal!

Mais de metade dos militantes do PSD que foram votar optaram por dar o seu voto de confiança a Pedro Passos Coelho, o que confere uma legitimidade redobrada ao novo líder da oposição. Confesso que durante muitas semanas andei indeciso sobre quem apoiar, mas a campanha e os programas eleitorais elucidaram-me e também "apostei" em Passos Coelho.
A dúvida imediata que surge é sobre a reacção daqueles que no partido não apoiaram o novo líder e que durante muito tempo lhe dificultaram a sua ascensão no partido. Falo sobretudo de Ferreira Leite e de Pacheco Pereira. Espero que sobretudo este último tenha capacidade para enfrentar a realidade e reagir com democraticidade. Depois há o óbvio problema da bancada parlamentar apresentar elementos que não apoiaram Passos Coelho. Também estes devem perceber que os interesses de Portugal estão à frente do partido.
Sócrates que se cuide. A sua queda política está para breve. Passos Coelho está bem preparado para o derrotar. Por um lado, está a par da situação socio-económica do país e, por outro, merece a confiança dos operadores económicos que, hoje em dia, funcionam como verdadeiros impulsionadores da economia de qualquer país. Passos Coelho sabe que agora há que ganhar, ainda mais, a confiança da generalidade dos portugueses que já desesperavam por uma alternativa credível a Sócrates. Agora o país tem essa alternativa. Resta saber até quando é que este governo aguenta: os próximos seis meses são decisivos!!!

sábado, março 06, 2010

Esta morte não pode ser banalizada!!!

Já todos sabemos o que aconteceu ao pequeno Leandro. Falta agora saber as razões que levaram o Leandro a pôr termo à sua vida e, sobretudo, perceber até que ponto é que os vários intervenientes escolares (Direcção, professores e funcionários) tiveram ou não responsabilidades no trágico fim do Leandro, quer tenha sido por acção ou omissão. E os alunos que aterrorizavam a vida do Leandro não podem ficar impunes!!!
A investigação deste caso terá que ser séria, celere e consequente. E, em termos legislativos, nada pode ficar na mesma: há que legislar por forma a mudar procedimentos disciplinares e combater eficazmente a indisciplina que grassa nas escolas públicas portuguesas.

domingo, fevereiro 21, 2010

Tragédia na Madeira

A tragédia que abalou a ilha da Madeira merece ser encarada como verdadeiro exemplo de como a força da Natureza deve ser levada a sério. De facto, as alterações climáticas estão na origem de situações climáticas extremas que tendem a ocorrer com maior regularidade. Sejam períodos de chuva intensa num curto espaço de tempo ou situações de secas extremas, a verdade é que convém que nos convençamos que, actualmente, a melhor estratégia para contornar os efeitos nefastos destas catástrofes naturias é a prevenção e o conhecimento sobre as suas causas e consequências.
Como professor de Geografia conheço bem a curiosidade que os meus alunos costumam demonstrar sempre que dou aulas sobre a meteorologia e as catástrofes naturais. Ainda há dois meses debati com os meus alunos do 8º ano a importância de não construir abaixo dos leitos máximos dos cursos de água, sobretudo se estes forem de reduzidas dimensões, visto que enchem com maior rapidez em casos de elevada precipitação. Mostrei-lhes vídeos sobre as inundações no rio Alviela e na ribeira de Algés. Todos perceberam o problema de se construir em locais errados e até deram exemplos de erros urbanísticos verificados nas suas localidades. Por outro lado, falámos sobre as imagens de satélite e de radar e da importância de estarmos atentos aos avisos da Protecção Civil. Infelizmente, soubemos agora que na Madeira não há ainda nenhum radar meteorológico.
Enfim, juntou-se a força da Natureza à incompetência humana e foi o que se sabe. Que a recuperação seja rápida e que as autoridades tenham aprendido alguma coisa com esta tragédia. O apoio da ciência deve basear as decisões políticas!!!

quinta-feira, fevereiro 04, 2010

A profissão do(c)ente

Ponto de situação:
- 4 níveis de ensino (7º, 8º 9º e 11º anos);
A isto tudo há que acrescentar o facto de "perder" mais tempo com papéis (planos de acompanhamento, planos de recuperação, planificações, planos de conteúdos, provas de recuperação, envio de informações aos encarregados de educação, justificações de faltas, preenchimento de grelhas e quadros, encontros e telefonemas a encarregados de educação, reuniões de departamento e de grupo, conselhos de turma, etc.) do que com a preparação de materiais para os alunos, já não contando com a realização de testes e sua posterior correcção.
Enfim, ser um professor jovem é estar cada vez mais refém de papéis e burocracias. Digo jovem, pois tenho colegas meus que, por terem 30 anos de serviço, apenas têm 3 turmas e ganham quase o dobro do que eu aufiro ao fim do mês!!! E já nem falo dos meus colegas do 1º ciclo...