segunda-feira, janeiro 26, 2015

Os gregos num poço sem fundo...

A esquerda radical ganhou as eleições legislativas na Grécia e, ao fim de 30 minutos depois de se saberem os resultados, já tinha um acordo de governação com um partido de direita, a roçar a extrema-direita e que defende entraves à imigração. Assim se vê até que ponto vai a fome de poder na Grécia...
Convém recordar que a subida do Syriza (o Bloco de Esquerda lá da Grécia) se ficou a dever à transferência de votos do Pasok (o Partido Socialista lá da Grécia) para o partido de Tsipras, o novo primeiro-ministro da Grécia. Lá, como cá, os socialistas parecem ser muito influenciados pelas promessas que ouvem:
- renegociação da dívida pública (anteriormente até defendiam a anulação de 70% da dívida);
- reposição dos cortes aos funcionários públicos;
- luz e transportes gratuitos para 300 mil famílias;
- educação e saúde gratuitas para desempregados;
- aumento do salário mínimo para 700 euros...
Enfim, o Syriza deu música aos ouvidos do eleitorado grego e colheu os frutos desejados. Agora a ver vamos como vai dançar a música que tocou. Por cá, muitos são aqueles que estão ávidos de que algo de semelhante aconteça: alguma esquerda, ávida de poder, espartilhou-se em novos partidos e movimentos e o PS já percebeu que o melhor que tem a fazer é não falar, é não prometer... Mas, também sabemos que António Costa, à medida que se forem conhecendo os números das sondagens será tentado a imitar o grego Tsipras. E veremos até que ponto é que o tema "Sócrates" irá influenciar o debate...
Não auguro nada de bom para os gregos...

2 comentários:

Anónimo disse...

O problema grego não tem uma solução fácil, isso é óbvio.
No entanto, só gostava que me explicassem como é que é (ainda que remotamente) possível um país pagar uma dívida que aumenta a cada dia que passa, quando as medidas de austeridade fortíssimas, entre outras coisas, impedem a sua economia de crescer. A não ser que quem empresta não tenha a mínima expectativa de algum dia receber o que emprestou (juntamente com os juros, claro...)

Anónimo disse...


Boa, boa é a austeridade. A continuar ficará toda a gente desempregada. Só haverá tachos para os "boys".Este remédio mata. Porque não deitar fora o remédio e substituí-lo por uma outra receita? É urgente, assim como pôr Passos na rua e manter "engavetado" um tal de José Sócrates, o injustiçado.